Quando nos deparamos com atadura de gesso, raio-X, o bisturi hidroscópico, análises de sangue sem agulhas, vacinas e equipamentos médicos avançados, raramente pensamos em quem os inventou... e assim, a Ucrânia muitas vezes está muito perto de nós. Aqui estão apenas alguns exemplos.
Vacinas contra a peste bubônica e a cólera
Havkin Volodymyr Aronovych (nome verdadeiro Valdemar Mordechai Wolf Havkin; 15/03/ 1860, Odesa - 26/10/1930, Lausanne) - um bacteriologista ucraniano, francês, suíço e indiano de origem judaica. Ele é o criador das primeiras vacinas contra a peste bubônica e a cólera.
Neste período, o governo do Império Russo restringia o movimento de opositores do sistema e judeus, então Volodymyr não pôde trabalhar na capital. Mesmo depois de seu invento ser reconhecido, o governo do rei recusou-se a aplicar o invento do oponente político do Império Russo. Cientistas ucranianos ajudaram-no a sair do país.
O governo britânico decidiu dar uma chance ao cientista e o enviou para a Índia. Volodymyr Havkin vacinou com sucesso milhares de habitantes da Índia. O cientista preparava a vacina viva diretamente no local da vacinação e ele mesmo aplicava as injeções.
Peste
Volodymyr Havkin também inventou a primeira vacina contra a peste bubônica. Trabalhando na Índia, ele se deparou com uma epidemia de peste bubônica e, a pedido do governo britânico, desenvolveu uma vacina contra essa doença. Ele testou o medicamento em si mesmo. Isso aconteceu em 10 de janeiro de 1897.
O laboratório de Havkin em Mumbai se tornou um grande centro de pesquisa científica. A vacina contra a peste bubônica foi usada não apenas na Índia, mas também foi exportada para a Europa.
Na Índia, mais de 4 milhões de pessoas foram vacinadas. Havkin foi nomeado o principal bacteriologista do país e diretor do Laboratório Antipestilento de Bombaim (Mumbai). Mais tarde, este laboratório foi transformado no Instituto Haffkine.
Volodymyr Havkin foi eleito membro honorário de várias sociedades científicas e academias em países da Europa e Ásia. Um ano antes de sua morte, ele doou seus próprios recursos (500 mil dólares americanos) para criar um fundo de incentivo para jovens talentos científicos, que existe até hoje.
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Raios X
Ivan Pulyui (1845-1918) era um físico e engenheiro elétrico ucraniano, inventor, organizador científico, jornalista, tradutor da Bíblia para o ucraniano, e ativista público. Ele estabeleceu as propriedades fundamentais e a natureza dos raios catódicos e X. Ele foi professor e reitor da Escola Técnica Superior Alemã em Praga, conselheiro de estado em engenharia elétrica do Reino da Boêmia e Margraviato da Morávia. Ele foi um dos primeiros membros efetivos da Sociedade Científica Shevchenko (desde 1899) e membro honorário da Sociedade de Engenharia Elétrica de Viena.
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Em 1881, durante suas pesquisas sobre raios catódicos, o cientista ucraniano construiu um dispositivo especial que se tornou conhecido como "Lâmpada Pulyui". Além dos raios catódicos, essa lâmpada também emitia raios X, embora na época ninguém soubesse disso.
Em 1884, ele assumiu a cátedra de física na Escola Técnica Superior Alemã em Praga. Durante seu trabalho lá, Pulyui começou a investigar a natureza e as propriedades dos raios X. Em fevereiro de 1896, o físico escreveu um artigo sobre a origem dos raios X nas "Atas da Academia de Ciências de Viena".
No entanto, Pulyui não é considerado o inventor do aparelho de raios X, pois Wilhelm Conrad Röntgen publicou seu relatório "Sobre um novo tipo de raio" que tratava especificamente dos raios X, em dezembro de 1895. Na verdade, pode-se dizer que Pulyui e Röntgen simultaneamente conduziram pesquisas sobre raios X. No entanto, a "Lâmpada Pulyui" surgiu 14 anos antes.
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Atadura de gesso
O mundo inteiro usa gesso. Mas poucos sabem que foi criado por Mykola Pyrogov, um eminente russo e cirurgião ucraniano durante a Guerra da Crimeia (1853-1856).
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O médico Mykola Pyrogov, inventor da atadura de gesso, nasceu na Rússia e, após a guerra, mudou-se para a Ucrânia. Ele trabalhou, atendendo a todos em uma fila única e de graça, aprendeu ucraniano, e sua múmia está até hoje no museu na cidade de Vinnytsya, na Ucrânia.
Nasceu em Moscou, filho de um oficial militar, sendo o décimo terceiro filho da família. Recebeu sua educação primária em casa. De 1822 a 1824, estudou em um internato privado. Aos 14 anos, ingressou na faculdade de medicina da Universidade de Moscou. Após obter seu diploma, estudou no exterior por mais alguns anos.
Uma vez, após visitar o ateliê do escultor N. A. Stepanov, Pyrogov viu a ação de uma solução de gesso. Ele percebeu que poderia ser usado em cirurgia e imediatamente aplicou bandagens e tiras de tecido embebidas na solução de água e gesso na fratura da tíbia. Como resultado, o médico obteve um excelente resultado: a atadura secou instantaneamente, e a fratura relativamente complexa se curou até mesmo sem supuração.
Ao retornar a Petersburgo, Pyrogov, em audiência com rei Alexandre II, relatou ao rei as dificuldades no exército. O rei não quis ouvi-lo, e a partir desse momento Pyrogov caiu em desgraça e foi "enviado" para Odesa, Ucrânia, para o cargo de tutor dos distritos educacionais de Odesa e Kyiv. Lá, ele tentou reformar o sistema educacional escolar existente na época. Suas ações levaram a um conflito com as autoridades, e o cientista teve que deixar seu cargo.
Nos três anos seguintes (a partir de 1859), o cientista cuidou do distrito educacional de Kyiv. Ele emitiu regras que regulavam as faltas dos alunos, regras para a exclusão de alunos das instituições educacionais.
No auge de suas energias criativas, Pyrogov se isolou em sua pequena propriedade "Vyshnya", perto de cidade Vinnytsia, Ucrânia, onde construiu uma bela casa, uma farmácia, um hospital e um jardim de plantas exóticas que ele mesmo cultivava. Lá, o médico viveu uma rotina rigorosa: acordava ao amanhecer, fazia longas caminhadas, tomava chá, trabalhava no jardim, no estábulo ou no aviário. O café da manhã consistia em uma única refeição acompanhada de café forte. Em seguida, examinava os doentes e atendia os pacientes. Ganhou a vida praticando medicina até o final de seus dias, atendendo gratuitamente os pobres duas vezes por semana das oito da manhã às oito da noite. Após as operações, ele sempre escondia as mãos nos bolsos para evitar que lhe pagassem. Para se comunicar com a população local, Mykola aprendeu ucraniano, que ele usava em seu trabalho diário.
Ele faleceu em 23 de novembro de 1881, de câncer. Seu corpo embalsamado está preservado em um sarcófago de vidro na cripta da igreja perto da casa-museu de Mykola Pyrogov em Vinnytsia.
Transplante de rim
Yuri Vorony (1895-1961) foi um destacado cirurgião ucraniano, pioneiro na realização de transplantes de órgãos. Sua contribuição para a medicina incluiu o primeiro transplante de rim bem documentado em 1933, embora o destinatário tenha sobrevivido apenas por 48 horas após a operação. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente, sendo relatado em publicações médicas de renome, como a revista italiana "Minerva Chirurgica" e a publicação espanhola "El Siglo Medico".
Ele nasceu em 1895 na aldeia de Zhuravtsi (atualmente região de cidade Chernihiv), em uma família de um renomado cientista ucraniano, o professor de matemática da Universidade de Varsóvia, Georgiy Voronoy.
Em 1913, ele ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Volodymyr em Kyiv, mas interrompeu seus estudos devido à Primeira Guerra Mundial, trabalhando como estudante de medicina em um posto de socorro da Cruz Vermelha. Após foi em ocupação de Alemanha e voltou a trabalhar em hospitais de Kharkiv, Kyiv e Jitomir.
Ele faleceu em 1961. Foi enterrado em Kyiv, no Cemitério Baikove.
Antibiótico "Batumin"
Em 2005, cientistas do Instituto de Microbiologia e Virologia da Academia Nacional de Ciências da Ucrânia criaram um novo antibiótico chamado "Batumin", utilizado no tratamento de infecções por estafilococos. Este medicamento não tem análogos em termos de composição química no mundo. A pesquisa durou 30 anos. O "Batumin" foi patenteado em 2013. Após o sucesso no desenvolvimento, o medicamento foi vendido para a Bélgica, onde a produção em massa foi iniciada. O medicamento é produzido na forma de uma pomada.
As luvas Enable Talk
uma invenção ucraniana, foram reconhecidas pela revista Time como uma das melhores invenções de 2012. Estas luvas foram desenvolvidas por estudantes ucranianos de Donetsk: Anton Pasternik, Maxim Osika, Anton Stepanov e Valeriy Yasakov. As luvas "falam", ajudando na comunicação de pessoas com deficiência e daqueles que não conhecem a linguagem de sinais. Elas escaneiam os movimentos e os transformam em texto em um aplicativo de telefone, com o custo da invenção sendo de 75 dólares.
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